terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Próximas aulas à partir de março de 2017.

Estamos estudando bastente para concluirmos os textos das próximas aulas. Em breve estaremos concluindo A Razão de Deus, com textos referentes a pensamento de Karl Popper. O objetivo é fixar melhor a ideia da metodologia científica.
Após isso, iniciaremos uma parte mais prática, onde analisaremos os livros sagrados, começando pelo estudo da Bíblia.
Bom deixar claro que não é um estudo simples...Vamos repassar ao público leigo alguns ensinamentos a respeito da Bíblia que irá socializar conhecimentos que não são de fácil disponibilização a todos, por serem tratados quase sempre apenas no meio acadêmico.
Pra cumprir essa missiva, é preciso essencialemnte aprofundar alguns estudos e é exatamente isso que estamos fazendo.
Assim, aos que estão acompanhando o curso, haverá muita informação nova e de qualidade. Aguardem mais um pouco.

Grande abraço a todos!

domingo, 15 de janeiro de 2017

CRA 02 - A RAZÃO DE DEUS - PARTE 01

A Razão de Deus

Na aula anterior nós discutimos sobre a Revelação Divina, ou seja, como os Deuses angariam profetas para revelar a eles as suas mensagens, para que eles divulguem as mesmas para a sua tribo ou até mesmo para toda a humanidade. Na aula de hoje e na próxima  vamos começar a lidar com outra questão fundamental para esse debate, qual seja, A Razão de Deus.
Todos nós sabemos que esse curso é feito por ateus e destinado especialmente para ateus. No entanto, nesta e na próxima aula estaremos discutindo tudo sob uma perspectiva diferente, ou seja, se Deus existisse, como entender a sua mente: qual a Razão de Deus?
Não foram poucos os filósofos que tentaram compreender Deus, tentaram encontrar a Razão de Deus, alguns partindo da premissa de que ele seria único. E como pensam os Deuses, pressupondo que existam vários?
É preciso, porém, antes de tudo, entender alguns significados, especialmente o que é a Razão e quais os seus limites.
Filósofos importantes já debateram esse assunto, especialmente sobre o que é a Razão e se existe ou não limite na aplicação da razão. Esse debate ficou mais quente, no final do século XVIII, quando um dos mais brilhantes pensadores, Immanuel Kant, propôs a Crítica da Razão Pura e depois a Crítica da Razão Prática. Seu objetivo? Tentar compreender se o pensamento racional teria limites.
Claro que quando formos estudar o Argumento Cosmológico iremos discutir esse assunto com mais profundidade, mas por hora é importante dizer que enquanto outro filósofo, René Descartes, o pai do Método Científico, acreditava numa vastidão do pensamento racional para a obtenção da verdade, Kant acreditava que até o pensamento racional tem limites, pelo menos aquele perceptível, sensível, experimental, mas ao mesmo tempo em que acreditava que existe um limite humano para a percepção da realidade, especialmente porque temos apenas cinco sentidos, e a realidade poderia ser bem mais ampla, complexa, além do alcance humano.
Essa discussão chegou, mais tarde, a outro pensador importante, Hegel, e claro, surge a discussão sobre ser e logo existir, até onde a metafísica poderia influenciar o pensamento filosófico, o que existe antes da percepção dos sentidos, e evidentemente, não foi uma discussão fácil.
É por isso que ganhou força algo muito importante nos dias de hoje: A consolidação da metodologia, o Método Científico, construído por Descartes, que se desenvolveu até os dias atuais e a gente já, já, irá discuti-lo. 
Tales de Mileto afirmou que “tudo está cheio de deuses”. Para Aristóteles, essa afirmação tem que ser analisada no contexto da participação das ideias na totalidade do mundo real... Algo semelhante ao animismo. Muitos pensadores atuais entendem que Tales não acreditava em deuses, e que essa frase atribuída a ele precisa ser analisada dentro do contexto de seu pensamento, cuja principal fonte é Heródoto e Aristóteles, pois nenhum de seus escritos sobreviveu.
Porém, já foi dito na primeira aula que o primeiro filósofo, Tales de Mileto, mesmo tendo crenças em seus deuses, segregava as explicações relacionadas ao sobrenatural do mundo natural.
Assim, o pensamento científico atual exclui das suas premissas as explicações sobrenaturais, como milagres do tipo da ressurreição de cristo, a sobrevivência de Jonas no ventre de um peixe gigante, a força de Sansão cuja origem eram seus cabelos compridos e o poder da Vara de Moisés que separou o mar.
Ainda sobre Moisés na sua batalha contra Amaleque, ele precisava ficar com as mãos levantadas, daí o povo de deus vencia, mas quando ele cansava o povo de Deus perdia: Precisaram sentá-lo em uma pedra e levantar as suas mãos para ganhar a batalha. Jumenta falante, cobra falante, caminhar sobre águas, carruagens de fogo, imagens de santos que choram, relíquias milagrosas, enfim, os milagres que fortaleceram a fé, por mais que se alegue que tenham inúmeras testemunhas, são descartados pela ciência.
David Hume escreveu um livro chamado “Dos Milagres”. Fazendo um resumo do resumo desse livro, Hume não negava a existência dos milagres. Porém, ele afirmava que os milagres eram coisas tão improváveis que eram “não críveis”.
No entanto, o erro sutil de Hume é o erro no qual incorrem muitos ateus: O pensamento predominante entre os cientistas é o de que eventos como milagres não interessam à Ciência. Os métodos de pesquisa científica voltados para a História excluem esse tipo de explicação, o sobrenatural e até a metafísica, porque não interessa à ciência. Não enxergue aqui arrogância, pelo contrário, enxergue humildade: A Ciência, se gente fosse, admitiria ter limites.
A Ciência não se preocupa com Deus. A Ciência não está preocupada em negar a existência de Deus. De acordo com o método Popperiano e de acordo com o criticismo histórico não existem brechas para inserir algo que não possa ser testado.
Assim, uma vez que Deus não interessa à Ciência, nos resta discuti-lo no contexto da racionalidade, cientes de que existe uma discussão filosófica sobre os limites da razão, como dissemos anteriormente.
Muitos ateus costumam dizer que a fé é irracional, e esse é um erro técnico. O famoso ateu, já falecido, Cristopher Hitchens já havia falado que:

Todas as religiões e todas as igrejas são igualmente irracionais em sua crença na intervenção divina, na intercessão divina ou mesmo na existência do divino em primeiro lugar”.

A fé não é irracional, por uma simples explicação: Se entendemos que o pensamento precisa ser livre, tudo aquilo que decorre do uso do raciocínio é racional, é o que em linha gerais defendia Descartes, mesmo que os observadores enxerguem algum problema na interpretação da lógica usada. Se você crê cegamente em algo, isso não é razão, é dogma, mas se você usa seu intelecto na busca pela verdade, sim, esse fato é racional.
Foi com o uso da racionalidade que os filósofos antigos buscavam a verdade. Assim, a discussão pela busca da Verdade fez que surgissem diversas indagações: Como chegar à verdade? O que é a verdade? A verdade é única, absoluta? 
Mesmo sem a aplicação do Método como hoje o conhecemos os filósofos chegavam a conclusões fantásticas. O filósofo grego Empédocles chegou à conclusão de que o ar era uma substância.  Anaximandro seria o precursor da Teoria da Evolução, pois acreditava que pela fragilidade dos bebês humanos, estes provavelmente evoluíram de outros seres, que possivelmente vieram da água. Aristarco, usando da geometria, chegou à conclusão que o sol era maior do que a terra, e a terra o orbitava, não o contrário.
Porém, se você estudou biologia, possivelmente verificou os erros da teoria da abiogênese defendida por Aristóteles. Você provavelmente se lembrará do exemplo da carne podre gerando larvas. O que Aristóteles desconhecia é que essas larvas eram postas por moscas, não geradas espontaneamente pela carne. Heráclito acreditava que o sol recebia uma ordem divina para surgir e ir embora, e se não cumprisse essa ordem seria abatido pelos deuses. O próprio Anaximandro acreditava que o sol, a lua e as estrelas eram decorrentes de furos existentes em rodas gigantes que sustentavam a terra e eram cercadas de fogo. Tudo isso era racional.
Porém, pense direitinho: Se algum idiota dissesse que esse imenso universo surgiu de um objeto inferior ao tamanho de um átomo, e que por algum motivo esse objeto se expandiu indefinidamente, e o calor gerou matéria... E mais, imagine que foi um padre que inventou essa “bobagem”! Seu nome: Georges Lamaitre, o pai da Teoria do Big Bang.
A construção do pensamento, idealizava Hegel, requer um algo mais além do mundo sensível. O que vinha antes do mundo sensível? Como se formavam as ideias? De onde vinham as ideias? Claro, nem Hegel, nem Kant, nem Descartes tinham o menor conhecimento de neurociências, mas é fundamental permitir a liberdade do pensamento para que se formulem as hipóteses.
Para os fãs da noética, Marc Halévy ensina em seu livro “A Era do Conhecimento” que estamos na era da informação. Descartar ideias, na época de complexos computadores, pode ser um desperdício. Assim, será que é preciso estabelecer métodos para a razão, quando hoje em dia podemos filtrar hipóteses e mais que nunca podemos transformar algumas dessas hipóteses em hipóteses científicas?
Você, eu, podemos ter alguns preconceitos com relação àquilo que chamam de noética, mas é preciso contestar Bertrand Russel quando ele disse um dia: “O que a ciência não pode descobrir a humanidade não pode conhecer”.
As artes e o senso comum, segundo Bittar, em seu livro “Curso de Filosofia do Direito”, pertencem a tipos de conhecimento. Assim, é preciso entender que se a ciência é limitada pelo seu método, o ser humano não pode limitar o seu conhecimento àquilo que é científico.

Definindo a Razão

Todas as conclusões, com seus erros e acertos decorrem do uso da razão. A razão é a utilização da estrutura do pensamento para se chegar a uma conclusão, e essa conclusão pode ser verdadeira ou falsa. Ou seja, no uso de uma lógica ou de uma dedução, pode-se acertar ou errar. Mas a discussão sobre erro e acerto é algo mais complicado.
Por exemplo, o que é a verdade? Gadamer, um famoso filósofo alemão informou que:
”Crer na palavra e duvidar da palavra caracterizam o estado da questão onde o pensamento da ilustração grega via a relação entre palavra e coisa”.
Platão complica mais ainda, quando afirma:
“Mostrar e parecer sem ser, dizer algo sem, entretanto, dizer com verdade, são maneiras que trazem grandes dificuldades, tanto hoje como ontem e sempre. Que modo encontrar, na realidade, para dizer ou pensar que o falso é real sem que, já ao proferi-lo, nos encontraremos enredados na contradição?”
E Aristóteles, discutindo sobre verdadeiro e falso dizia:
“Pois o falso e o verdadeiro não estão nas coisas, como se o bom fosse verdadeiro e o mau o falso, mas no pensamento...”
Pelo que vemos, a simples tarefa de definir a verdade parece um pouco complicada. E quando nos defrontamos com o relativismo e a concepção da verdade e da verdade absoluta, aí é que complica mesmo.
Mas calma, podemos tentar explicar. O que é uma verdade absoluta? Existe uma verdade absoluta? Para muitos religiosos sim, elas provém de dogmas. A Ciência, já disse com humildade que não tem condições de chegar a verdades absolutas, apenas a razoáveis certezas!
Uma coisa pode ser verdadeira, quando assumida como verdadeira por uma pessoa ou um grupo de pessoas. Porém, outro grupo de pessoas pode rejeitar essa verdade. No uso da razão, no sentido cartesiano, ou seja, que provém do pensamento de René Descartes, que admite a metafísica, é algo bem plausível para a grande maioria da população desse planeta, que exista um Deus ou Deuses. Então, acredite, a ideia de verdade ou realidade, tão discutida pelos mais nobres filósofos, podem estar muito mais associadas a aspectos do observador e à sua cognição à respeito do assunto do que necessariamente um fato de ser, especificamente.
Assim, quando se fala em verdade ou realidade, podemos estar falando numa ideia conceptiva de um observador ou um grupo de observadores. Ressalte-se, sempre, que esse é um debate que não vai se encerrar aqui. Já vem de séculos. Mas veja um exemplo: Deus existe? Bilhões de pessoas apostarão que existe um ou mais deuses. E a verdade absoluta? Tal coisa é assim e nada muda? Pois bem, essa ideia de verdade absoluta estará presente nos dogmas.
A ciência, hoje em dia, como dissemos, para sanar tais problemas, se utiliza de padrões metodológicos que ajudam a separar o que é conhecimento científico dos demais conhecimentos, a separar a verdade absoluta, nunca aplicada para o conhecimento científico, e as razoáveis certezas ou verdades científicas razoáveis.
E como foi dito, por precisar usar de métodos, a ciência tem um espectro limitado. Porque, ao contrário de outros tipos de conhecimento, à Ciência, por exemplo, não cabe constatar, atualmente, se a telepatia existe, uma vez que ela (Ciência) não possui atualmente mecanismos para identificar o funcionamento da telepatia. Em outras palavras, pode ser que a telepatia exista, pode ser que milagres existam, mas atualmente estão fora do espectro da ciência. Quem sabe um dia, né?
Como já dissemos também, à Ciência não cabe analisar se Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, pois se existem relatos de que isso ocorreu, esse seria um evento sobrenatural, além do natural. Pode-se afirmar com razoável certeza que foi mencionado em livros que pessoas acreditaram ver Jesus ressuscitado. Não cabe, porém, à Ciência divagar sobre a ressurreição em si, sobre eventos sobrenaturais, se ela não tem como examiná-los. Testemunhos existiram da ressurreição, são evidências, mas em qualquer julgamento científico, é preciso discernir se tais evidências estão baseadas em eventos naturais ou sobrenaturais. Se os eventos forem sobrenaturais, não é científico.
Por isso que para a Ciência, testemunhos sobre eventos sobrenaturais são descartáveis. Isso limita o conhecimento científico? Sim, claro que limita. Mas evita que ele seja contaminado por algo que não se pode explicar.
À ciência não cabe discernir se Deus existe ou não, porque ela não tem mecanismos pra identificar se Deus existe ou não. A Ciência pode verificar se orações são razoavelmente eficazes, se dois ou mais telepatas se comunicaram ou não, mas não pode afirmar que  não existam telepatas ou milagres pontuais. E se ele (Deus) não existir a Ciência não pode se manifestar pois não se prova que algo que não existe, não existe, pelo menos do ponto de vista empírico.
Por isso que não se usa o método experimental para discutir Deus, e sim a dedução, a Razão. Assim, é perfeitamente racional, num sentido amplo, chegar à conclusão de que existem seres sobrenaturais, bem como o inverso, chegar à conclusão de que eles não existem.
Porém, para deixar bem claro, enquanto falamos de Ciência, não cabe falar em qualquer evento sobrenatural, enquanto não pudermos examiná-los pela metodologia científica atualmente aceita. Temos consciência de que estamos sendo repetitivos, mas esse esforço é pra que você compreenda que o sobrenatural está além do natural, e a Ciência somente se preocupa com coisas naturais.
Muitas vezes nos defrontamos com as provas da existência de Deus e até refutações apontadas por Agostinho, Anselmo, Descartes, Hegel, Berkeley, Kant, Nietzsche, Hume, e tantos outros. Muitos religiosos apontam, pela utilização do método dedutivo e até indutivo, provas de que Deus existe e muitas outras pessoas duvidam dessas provas e até alegam provar pelo uso da Razão que não existe nenhum Deus. E acreditem, normalmente não existe má fé de nenhuma das partes, apenas divergência na aplicação da Razão.
Daí você precisa compreender e fincar na sua mente de que essas chamadas provas são provas racionais, ou seja, elas não são decorrentes do método experimental.
A existência de Deus, quando invocada, é provada pela Razão. Daí, é imprescindível que você tenha em mente que quando um religioso “prova” que Deus existe ele está chegando a essa conclusão quase sempre por dedução, mas nunca pela experimentação. E como vimos, com o uso da razão, poderemos chegar à conclusões amplas e ilimitadas, caso contrário estaríamos limitando a própria razão.
Mas claro, esse assunto não será esgotado nessa aula: É preciso maiores reflexões, e elas virão no decorrer deste Curso.
Santo Agostinho foi um grande pensador. Ele usava a técnica platônica de diálogo, e num diálogo com Evódio, no livro denominado “O Livre Arbítrio”, ele discute a tríade: Existir, viver e entender e diz:

“É verdade que a pedra existe e o animal vive. Contudo, ao que me parece a pedra não vive nem o animal entende. Entretanto, estou certíssimo de que o ser que entende possui também a existência e a vida e por isso não hesito em dizer: o ser que possui essas três realidades é melhor que aquele que não possui senão uma ou duas delas”

No livro Errationes in Psalmos Agostinho consagra seu pensamento em relação a Deus, quando diz:
A existência de Deus não é proclamada somente pela autoridade dos livros santos, mas toda a natureza que nos cerca e à qual pertencemos, proclama que reconhece a existência de um Criador excelso.
Pelo que pudemos perceber, a ideia de Santo Agostinho é de que a percepção da existência de deus é evidente, e uma exigência da Razão, que poderemos classificar em quatro etapas:
1º dúvida cética inicial;
2º refutação da dúvida pelo cogito (existir, viver e entender);
3º descoberta do mundo exterior no conhecimento sensível e ultrapassagem desse mundo exterior;
4ª descoberta do mundo inteligível pela verdade e ultrapassagem desta verdade para alcançar Deus.

Fonte: CAMPOS. Sávio Laet de Barros. Agostinho: A prova da existência de Deus pela Verdade. Disponível em http://filosofante.org/filosofante/not_arquivos/pdf/Agostinho_Prova_Pela_Verdade.pdf, Acesso em 11/01/2017.

Daí Santo Agostinho conclui que “aquela natureza imutável que se acha acima da alma racional é Deus”. Perceba, é uma construção completamente racional, o que não quer dizer que você não possa ficar insatisfeito com os argumentos de Santo Agostinho, ou de que você acredite que existem falhas lógicas em suas premissas.

Como compreender a mente de Deus?

Deus criou tudo. Seja ele Jeová, Bhrama, Olorum ou qualquer outro, ele criou tudo. Na primeira aula explicamos que os mitos da criação existem para explicar segundo a visão de determinada cultura a criação do universo e dos seres humanos.
No Brasil, um país tipicamente cristão, temos a crença no deus pai, filho e espírito santo como um único ser. A Trindade teria ganhado força com a atuação do sacerdote Tertuliano, cuja corrente sairia vencedora na defesa da mesma. A demolição do pensamento dos cátaros significou a vitória da linha de pensamento predominante do cristianismo. Mas a Igreja cristã apresentou cisões ou multiplicidade de interpretações: Houve a reforma protestante, a criação de milhares de denominações com visões diferentes do cristianismo, e alega-se que até entre Pedro e Paulo houve conflitos ideológicos, isso apenas para começar os exemplos, que são diversos sobre os problemas da fé e da Razão aplicada à fé.
O que chama a atenção e é o foco dessa discussão é: Se Deus existir, o que pensa a mente de deus? Claro, não estamos dizendo que exista ou não um cérebro em deus, mas, permita-nos indagar: se deus precisa sempre que algum profeta receba revelações, ou que correntes de pensamento majoritárias ditem quais regras devem funcionar sobre o funcionamento da fé, por que Deus permitiria toda essa confusão? Será que Deus, ou os deuses, se existirem, tem gestão ou tem tido competência para atuar diante de seus seguidores? Será que a culpa por não entendermos seres tão complexos é somente de nós, humanos?
Esse é será o foco da segunda aula sobre a Razão de Deus. Não perca!


sábado, 14 de janeiro de 2017

CRA 02 - A Razão de Deus

Amanhã será lançado, às 06:00  h (horário de Brasília)  o segundo vídeo do Curso de Religião Para Ateus.
Discorremos sobre a Razão, a realidade, a verdade, daremos uma introdução sobre milagres, discutiremos sobre método científico.
Essa aula e a próxima serão mais teóricas, porque precisamos repassar uma base sólida para aprofundamento das pesquisas sobre o tema.
Claro, depois dessa base teórica virá a próxima fase, que será muito empolgante, e começará com a análise da veracidade dos livros sagrados e discutiremos sobre o consenso acadêmico critico sobre uma diversidade de falsificações, inclusive nos livros canônicos. Grande abraço a todos.

domingo, 8 de janeiro de 2017

A Razão de Deus - Próximo Domingo

O meu compromisso (Sérgio) e o de Julio com o Curso de Religião Para Ateus é muito grande, e essa próxima aula, A Razão de Deus, é muito importante.
Elaborar um material crítico envolvendo grandes filósofos, e que possa ao mesmo tempo ser dinâmico e divertido, acreditem, não é uma tarefa fácil, especialmente porque temos estudado muito já para ajudar na construção das próximas vídeo-aulas, em especial sobre a Bíblia Sagrada: Você descobrirá o que os historiadores modernos tem a nos ensinar sobre a enorme gama de falsificações que tem esse livro (ou conjunto de livros) que seria inspirado por algum Deus.
Em resumo, se falhamos no prazo da entrega desse material, acreditem que estamos trabalhando para mostrar material de qualidade.

Grande abraço a todos e contamos com sua compreensão!


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Em laboratório: A Razão de Deus

A Razão de Deus é o próximo tema do Curso de Religião Para Ateus. O ponto de partida para a nova aula é o livro de um brasileiro, José Carlos de Assis, com esse mesmo título, A Razão de Deus, prefaciado por um ateu (amigo do autor), que explana o lado racional das crenças e religiões. É um título que inclusive tenta justificar a fé no deus pessoal, e se apóia numa base filosófica sólida.
A esse título, serão aproveitadas palavras de Craig, Lennox e D´Souza,  consagrados autores internacionais em defesa das religiões, e além disso, as "provas" da existência de Deus proferidas por Descartes, Hegel, Kant, Berkeley, etc.
E mais, passaremos antes por Platão e alguns outrso filósofos gregos, discutiremos "ontologia" e a partir daí iremos evidenciar os problemas existentes na construção de Deus como ideia.
Lembramos que o curso está escrito sob uma perspectiva de ateus, e repetimos sempre que não respondemos pelos ateus em geral, mas somos apenas dois ateus (Sérgio e Julio) que estão expondo numa linha de pensamento, sempre baseada em doutrina, em história, em lógica, etc.
Assim, repetimos que desacreditar em crenças mitológicas é uma atividade que não requer maiores conhecimentos em qualquer nível. Mas se estamos nos propondo a discutir crenças mitológicas (inclusive religiões), é preciso base técnica e fundamentação.

Grande abraço a todos, e aguardamos vocês na próxima aula, que deverá sair ainda este ano. Mantenho vocês informados...

Sérgio Mendes

sábado, 3 de dezembro de 2016

CRA 01 - A ORIGEM DOS DEUSES


A ORIGEM DOS DEUSES

1 – Introdução



Este curso é escrito por ateus para ateus que queiram se aprofundar no conhecimento de questões religiosas. As primeiras lições darão ideias básicas que servirão de alicerce para discussões mais profundas, que serão ministradas adiante.

E por que um curso de religião para ateus? Eu (Sérgio) e Julio, meu parceiro de outras jornadas, entendemos que muitas das vezes os debates sobre temas religiosos tem muito conteúdo baseado em estereótipos, desprezando construções baseadas em sociologia, história, etc. Sim, o debate raso, desprovido de técnica, leva a conclusões equivocadas, isso envolvendo religiosos e céticos.
É curioso também ver ateus famosos como Richard Dawkins, Cristopher Hitchens, Sam Harris realizarem diversas críticas às religiões como sendo um grande mal, - e não estou dizendo que as religiões não possam fazer muito mal ou não  possuam muitas vezes características nocivas – mas no decorrer desse curso será explicado que falta alguma coisa...E essa coisa é a metodologia, associada ao conhecimento.
Sim, esse curso surge não apenas como uma necessidade de criticar os problemas das religiões, que são  inúmeros, mas também criticar o pensamento ateísta, especialmente quando cientistas falam em nome da ciência criticando religiões, levando ao leigo à conclusão de que a ciência está provando que deuses não existem. 
A ciência não se preocupa com deuses! Eles não podem ser testados, verificados, etc. Deuses não interessam à ciência, a alguns cientistas talvez, mas não à ciência.
O reflexo das crenças religiosas interessa às ciências humanas, mas os deuses não.
Ainda é cedo para que você que irá acompanhar esse curso chegue a alguma conclusão. Teremos tempo para nos aprofundar em questões sociológicas, históricas e filosóficas...E sua opinião será sempre muito bem vinda! Bom, chegou a hora da discussão. Vamos Começar?

2 – Demiurgos (deuses criadores)
Ao olhar pela janela ou sair pelas ruas você contempla coisas espetaculares. Se o dia não estiver muito nublado, você verá o sol, a grande fonte de energia de nosso planeta, que nos ilumina, favorece o plantio, nos protege do frio...
Você contemplará a natureza ao se deparar com pássaros, rios e mares. Você poderá inclusive ficar maravilhado com a beleza das coisas, cores e formatos, tudo esculpido pela natureza. Imagine você olhar para os céus noturnos e ver incontáveis pontos brilhantes, e poder contemplar tudo o que existe... É praticamente impossível você negar as digitais de um criador, um demiurgo, um deus.

Um teólogo Britânico que viveu nos séculos XVIII e XIX, William Paley, tinha essa percepção. Ele fazia uso do argumento do relógio: se você acha uma pedra na natureza é um fato natural, ela sempre  esteve ali, mas se você acha um relógio na natureza, você sabe que alguém o fabricou. Até mesmo pela complexidade do equipamento, este não poderia surgir do acaso na natureza. Paley analisava  também o olho humano, e o usava como exemplo da complexidade das coisas e sabia que ali estava a comprovação de que havia a atuação de algo ou alguém que seria o causador de tudo! E esse desenhista, inventor e criador, seria “Deus”.
Nós, brasileiros, em nossa maioria somos devotos da fé cristã, ou seja, para nós tudo o que existe teve uma origem na criação de “Deus”, e através de seu livro sagrado, a bíblia, sabemos como tudo começou.
Na bíblia, no livro de Gênesis nos é contado a origem de tudo. A autoria desse livro é atribuída a Moisés, e como todos os livros da BÍBLIA seria inspirado por Deus. Esse livro, a bíblia, na verdade um cânon, um conjunto de livros reconhecidos como inspirados por Deus, diz que no princípio esse mesmo  “Deus” criou os céus e a terra. Deus criou o dia e a noite, criou algo que se chama firmamento, uma espécie de teto, lá em cima, criou as águas, o sol, a lua, os animais e, por fim, o ser humano, com Adão e Eva, o primeiro casal.
Porém, para outros povos e culturas a criação de tudo teve outros personagens míticos. Para os Hinduístas, uma religião típica da Índia, os relatos mais importantes afirmam que durante uma meditação o deus Brahma criou tudo, o sol, as estrelas, a escuridão e milhões de deuses para neutralizar os inúmeros demônios surgidos na escuridão.
Os gregos antigos possuem vários relatos de criação, mas o mais importante está no livro Teogonia, atribuído a Hesíodo, produto da revelação de seres sobrenaturais chamados de Musas, ou seja, essas musas contaram tudinho pra Hesíodo. O livro fala da origem de tudo, do Caos, ou vazio primitivo, de Gaia, a mãe-terra, e fala que havia um deus chamado Urano... Da cópula de Gaia e Urano nasceu tudo o que conhecemos. 
Porém, naquela época havia forte presença da oralidade, ou seja, muitos ritos e mitos eram passados de pessoa a pessoa até chegar a um momento em que alguém escreveria aquela história. Por exemplo, noutro relato de criação grego havia uma serpente de nome Orfeão que aqueceu um ovo, o ovo primordial, posto pela deusa Eurínome, que assumiu a forma de uma pomba. Desse ovo primordial nasceu tudo o que existe.
Para muitos dos povos nórdicos o vazio primitivo se chamava Ginnungagap. Desse nada surgiram dois reinos, Muspelheim, do calor, e Niflheim, do frio. Estudiosos acreditam que esses paralelos foram criados por conta do calor vulcânico e dos invernos gelados naquela região.
No Egito antigo a maioria dos mitos de criação apontava para Amon-Rá como grande demiurgo, ou criador.
Para os babilônios, Marduk atacou a deusa Tiamat e do seu corpo surgiu o cosmos.
Para muitos chineses tudo foi criado por Pan Gu, que dormia no caos. Ao acordar, Pan Gu pôs ordem na desordem, e criou o universo. Pan Gu voltou a dormir, e os seus olhos se transformaram no sol e na lua. Uma deusa, Nu Wa, surgida da criação de Pan Gu, criou os seres humanos.
Para os japoneses, tudo foi criado por um casal de deuses, Izanagi e Izanami.
Na África, temos versões incontáveis dos mitos de criação. Na República Democrática do Congo, por exemplo, o Deus Supremo vomitou o sol, a lua e as estrelas. Para a nação Ketu, Oxalá usou água e lama para criar os humanos.
Em muitas culturas existe a presença da serpente, do ovo primordial, da luta entre deuses, e é importante perceber que as crenças não permanecem uniformes através do tempo e espaço.
A própria religião judaico-cristã-islâmica é um bom exemplo disso. Toda a crença foi estabelecida através de uma mitologia judaica. Muitos Judeus negam Jesus e o veem como farsante. Os cristãos acreditam que Jesus é o próprio “Deus” e o redentor da humanidade. Para os Islâmicos Jesus seria apenas um grande profeta.
Um exemplo de mudança através dos tempos, é que no antigo testamento o deus da guerra se transforma num deus que oferece a outra face ao inimigo (no novo testamento). Se você se aprofunda no conhecimento da chamada religião grega, você perceberá que os mesmos personagens se transformam através dos tempos, assumindo diversas características diferentes e os mitos que os cercam são modificados em função do tempo e/ou do local onde são contados.

3 – A Revelação e a Origem dos Deuses


Então, como surgem esses seres sobrenaturais? Qual é a origem desses deuses?
Vamos primeiramente falar em escrita, porque através dela discutiremos os primeiros registros divinos. É preciso entender que a escrita é algo recente, estima-se que possui algo aproximado a 8000 anos, e a escrita não surgiu de maneira uniforme no mundo. Assim, antes disso, o ser humano repassava aquilo que aprendia através da palavra.
Para o filósofo Danilo Marcondes, a pergunta de como surgem os mitos dos deuses é explicada através da seguinte palavra:
“Revelação”. E essa revelação é a vontade do mito, uma realidade exterior ao mundo humano e natural, superior, misteriosa, divina. Esse deus ou mito repassa aos profetas essa revelação como sendo uma norma obrigatória a ser seguida por todos ligados àquela crença.
Já falamos nesse texto que Hesíodo recebeu das Musas a Revelação sobre a origem dos deuses gregos. O espírita Allan Kardec, em seu livro A Gênese dispõe um capítulo exclusivo sobre a explicação do porque alguns seres humanos recebem os desígnios de revelação divina.
O Corão, o versículo 4 da segunda surata menciona a revelação divina a Mohamed, ou  Maomé.
Em síntese, a revelação é a base de comunicação de um povo com seus deuses, e esses deuses normalmente protegem seu povo. Melhor dizendo, o detentor de uma crença é protegido por deus ou deuses, o que lhes dá legitimidade, inclusive, muitas das vezes, a praticar atos hostis contra outros povos.

4 – Deuses Guerreiros


Diversos eram os deuses da guerra nas mais variadas culturas... O próprio deus judaico-cristão-islâmico já foi chamado, em êxodo 15:3, “Senhor da Guerra” contra os que eram chamados de ímpios. Inúmeras vezes, como nos salmos 24.10 e 80.7, o Deus dos hebreus é citado como  “Senhor dos Exércitos”. Ares e Atena para os gregos, Odin para os nórdicos, Ogun para os africanos, Rugievit para os eslavos representavam a luta contra o inimigo, representavam a possibilidade de vitória. E nessa seara, quase sempre existia a presença de heróis quase invencíveis como Sansão, Hércules, Suzano, Beowulf e tantos outros.

5 – Os Mitos



Danilo Marcondes complementa, dizendo que “por ser parte de uma tradição cultural, o mito configura assim a própria visão de mundo dos indivíduos, a sua maneira mesmo de vivenciar esta realidade...’ “O mito não se justifica, não se fundamenta, portanto, nem se presta ao questionamento, à crítica ou à correção”.
É claro que se você adentrar na esfera da pesquisa teológica você encontrará grandes questionadores, como Santo Agostinho de Hipona.
Santo Agostinho bebeu de diversas fontes, inclusive o maniqueismo, até chegar a ser um fiel devoto da fé cristã... Foi um questionador por essência, e tamanha a sua importância terá um capítulo dedicado ao seu pensamento.
Mas como veremos no decorrer desse curso, o dogma religioso, mesmo para os maiores questionadores, parece prevalecer diante do enfrentamento de muitas questões... Mas claro que as conclusões aqui nesse curso serão suas, não nossas!
A visão ateísta entende que os deuses foram forjados pelos homens, são frutos de sua criação. Mas os ateus não conseguem explicar a origem de tudo, ou da própria vida.
As teorias da origem do universo, da origem da vida e da evolução nos apontam caminhos a percorrer, que são fruto do conhecimento científico. Falaremos de cada uma dessas teorias adiante, aliás, vamos explicar até o que é uma Teoria Científica, pois a ignorância do significado dessa expressão prejudica o bom debate. O pastor Silas Malafaia critica a Teria da Evolução alegando que ela é apenas uma teoria, mas o pobre coitado não faz a menor ideia do que seja isso.
A boa ignorância do pastor Silas, em princípio, não isentaria os ateus de darem explicações sobre tudo...Ou isentaria? Verdade, verdadeira, o ônus da prova de quem faz a afirmação é de “quem faz a afirmação”. Não cabe ao ateu, por exemplo, provar que qualquer deus não existe, mas cabe ao religioso provar que seu deus ou seus deuses existem. E na próxima aula você conhecerá os meios de prova dedutivo e empírico, e compreenderá onde surgem as divergências, inclusive para os que produzem tais “provas”, pessoas do quilate de Descartes, Berkeley, Kant e Hegel: Só isso!
Aliás, as religiões nos dão todas as respostas: “ De onde vim, quem eu sou e para onde eu vou”. Porém, do ponto de vista secular a melhor resposta a essas indagações é: “Eu não sei, mas estou buscando saber”. As religiões nos dão verdades absolutas, enquanto  a ciência nos dá apenas  razoáveis certezas. Assista a  próxima aula que a gente vai explicar isso bem direitinho.
Afinal de contas, no século VI antes da era cristã, o filósofo Tales, mesmo sem negar seus deuses, buscou separar o conhecimento dos mitos. O meio natural poderia nos dar respostas, e é isso que estaríamos buscando. É por isso que o desenvolvimento da filosofia gerou o método científico, para que possamos nos afastar dos palpites abalizados das revelações proféticas e enveredemos num caminho mais trabalhoso, fugindo do comodismo das respostas prontas e dogmáticas, reveladas por algum deus a algum profeta, buscando encontrar verdades razoáveis, e não absolutas.
Foi um padre, George Lemaitre, o maior pensador da Teoria do Big Bang, que deu caminhos para conhecer o Universo a partir da expansão de um objeto inferior ao tamanho de um átomo. Os restos mortais de Darwin, ícone da Teoria da Evolução, encontram-se enterrados na Abadia de Westminster.  Um grande gênio da física, Newton, dedicou seus últimos dias à sua fé e até à alquimia. Não podemos também esquecer que a igreja católica pediu perdão tardio a Galileu, condenado por dizer que a terra orbitava o sol, e não o contrário.
Pelo que se vê, as religiões necessariamente não se afastam do conhecimento e de seus propagadores. Aliás, quantas universidades católicas e protestantes não existem por aí? Na Grécia Antiga, a deusa Atena era também conhecida como a deusa da sabedoria. Toth para os  egípcios representava o conhecimento e também a sabedoria, o mesmo caso de Sarasvati para os hindus.
A questão é encontrar o equilíbrio entre conhecimento e religião, e desejar que alguns segmentos das religiões enfrentem seus dogmas e  busquem compreender que conhecimento não é ruim, é bom, tudo isso sem traumas e sem medos!
Se o que se busca são explicações, é preciso discutir as coisas sem usar de estereótipos, sem algazarra, sem medo de encontrar respostas, e isso vale para todos.
Fica então o convite para continuar navegando nessa gama de conhecimentos...Na busca infinita pela verdade... Seja ela qual for!

6 - Você aprendeu nessa aula:


Nesse capítulo você aprendeu que dentro de uma perspectiva ateísta os deuses são criados pelos homens para dar respostas aquilo que não conseguimos explicar.
Muitos religiosos buscam então provar a existência de seus deuses não pelo método empírico, o método popperiano...falseabilidade, replicação, essas coisas...Mas essa prova viria através do método dedutivo, ou seja, da razão. Como dissemos, na próxima aula vamos enfrentar essa questão, a Razão de Deus, identificando até que ponto a razão pode provar ou não qualquer coisa.
Voltando ao nosso texto, esses deuses serviram e servem como elementos agregadores de diversas comunidades, ou seja, os deuses foram elementos de ajuntamento grupal, e foram e ainda hoje são usados como justificativas para atacar e conquistar terras e outros bens pertencentes a outros povos, coisa feita, por exemplo, por grupos extremistas como o Estado Islâmico em relação aos próprios islâmicos.
Os deuses e suas normas surgem de revelações divinas a profetas que possuem qualidades eleitas por “esses mesmos deuses”, ou seus representantes, como virtuosas. Essas revelações divinas correspondem, para muitos países islâmicos, normas de comportamento civil, tendo força de ordenamento jurídico, como a Charia, por exemplo.

Quaisquer religiões tendem a se ramificar e se transformar no tempo e no espaço. Numa mesma região um povo pode dar características diferentes ao mesmo deus ou deuses, e com o tempo esses deuses vão adquirindo novas características e sua doutrina vai sendo modificada, inclusive costumes e ritos.

7 - Referências

































Curso de Religião Para Ateus

Amanhã, 04/12/2016 é um dia especial pra mim. Eu e meu amigo Julio Cordeiro estaremos iniciando o nosso Curso de Religião Para Ateus, que pretende discutir de maneira informativa e crítica conhecimentos sobre religiões e secularismo.
Porém, para se discutir algo com criticidade, é preciso conhecer sobre o assunto, e é essa a proposta: Entender que existem diversas linhas de discussão,  e que uma boa dose de serenidade e informação ajuda a fazer da discussão uma coisa saudável.
Sim, serão feitos ataques  críticos, a ateus e religiosos, porém, de forma nenhuma tas criticas serão absolutas.
A ideia é pontuar adequadamente as questões, tentando sempre que possível afastar o viés ideológico. Claro, temos a consciência de que essa é uma tarefa difícil, mas tentaremos corrigir os possíveis erros da trajetória.
Como sempre repito em meu Vlog, tudo o que qualquer pessoa diz, por mais nobre ou sofisticado que seja seu pensamento, por mais graduada que seja essa pessoa, é passível de crítica. Assim, eu e Julio não nos isentamos das críticas e até dos erros, mas com certeza faremos um  trabalho honesto e suficientemente referenciado.
Para os que não quiserem acompanhar o curso, é possível acompanhar as aulas individualmente, e quando necessário, faremos referência à aulas anteriores, ou a um vídeo específico, de forma a permitir que a pessoa possa compreender adequadamente cada conteúdo.
O material de apoio ficará no Blog do curso e na página de Facebook, que serão referenciadas.
Desejamos boa informação e bom curso...Divirtam-se!